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Salvatore Gravano

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Sammy Gravano
Salvatore Gravano
Gravano em 1990
Nome Salvatore Gravano
Pseudônimo(s) "Sammy the Bull"
Jimmy Moran
Data de nascimento 12 de março de 1945 (79 anos)
Local de nascimento Nova Iorque, Estados Unidos
Nacionalidade(s) norte-americano
Ocupação Gângster
Crime(s) Tráfico de drogas (2002)
Pena 5 anos de cadeia (1994, sentença leniente devido a testemunho)
Sentenças consecutivas de 20 anos e 19 anos de cadeia (2002)
Esposa(s) Debra Scibetta ​(c. 1971; div. 1996)
Filho(s) 2
Afiliação(ões) Família Gambino
Em uma foto de vigilância do FBI, pode-se ver Gravano, Gotti, Amuso e Casso, após uma reunião.

Salvatore "Sammy the Bull" Gravano (nascido em 12 de março de 1945) é um mafioso americano que se tornou o subchefe da Família criminosa Gambino. Gravano teve um papel importante na ascensão e queda de John Gotti, que se tornou o chefe dos Gambinos.[1] Ele mais tarde ajudou o governo dos Estados Unidos a processar Gotti dando testumunho dos seus crimes, ajudando também a colocar outros mafiosos na cadeia. No final, Gravano confessou ainda participação em pelo menos 19 assassinatos e dezenas de empreendimentos criminosos.[2]

Nascido e criado no Brooklyn, filho de imigrantes sicilianos, Sammy começou a cometer crimes ainda quando adolescente. Seu apelido, "The Bull", veio após um homem feito da Máfia ter testemunhado o jovem Gravano espancar um grupo de garotos que haviam roubado sua bicicleta. O homem teria dito que ele "lutou como um touro". O local onde Gravano vivia, o bairro de Bensonhurst, era dominado pela Família Profaci, que tinha laços com os Colombo, e não demorou muito tempo para ele começar a trabalhar para a Cosa Nostra, sendo apadrinhado por Anthony Spero. Gravano começou se envolvendo com furto, sequestros e assalto à mão armada, antes de colocar suas mãos em negócios de racketeering, agiotagem e apostas ilegais. Em pouco tempo, Gravano começou a se relacionar bem com os membros da máfia e se tornou querido por Joe Colombo, chefe dos Colombo. Seu sucesso acabou atraindo rivais e devido a rixas internas e o medo de ser assassinado, Gravano teve que fugir. Foi permitido que ele, sem consequências, pudesse deixar a Família Colombo e se juntar aos Gambinos. Gravano então se aproximou do capo Salvatore "Toddo" Aurello e começou a trabalhar com furtos e roubos, sendo muito bem sucedido nisso. Em 1976, ele foi formalmente iniciado como um homem feito na Família Gambino.[3][4]

Em 1978, Paul Castellano, chefe dos Gambinos, ordenou a morte de Nicholas Scibetta, por estar envolvido com drogas e por ter insultado a filha de George DeCicco, um poderoso caporegime. Scibetta era cunhado de Gravano, e Frank DeCicco, sobrinho de George, notificou ele da ordem de morte contra o marido de sua irmã. Furioso, Gravano afirmou que ele mataria Castellano antes. Porém, pouco depois, ele se acalmou e não retaliou quando Scibetta foi assassinado, afirmando: "Eu fiz um juramento que a Cosa Nostra viria antes de tudo". Gravano continuou trabalhando na área de Bensonhurst e liderou vários empreendimentos, legais e ilegais. Já o chefão, Castellano, favorecia enfatizar esquemas mais sofisticados envolvendo construção, transporte e eliminação de lixo em vez de atividades tradicionais de nível de rua, como agenciamento de empréstimos, jogos de azar e sequestros. Gravano começou então a trabalhar no setor de construção e fez muito dinheiro na área. Ainda assim, sua reputação como durão não foi afetada. No começo da década de 1980, ele participou dos assassinatos do mafioso John "Johnny Keys" Simone e do empresário Frank Fiala, ações que colocaram o nome de Gravano em notoriedade na Máfia, inclusive no alto escalão da Comissão (a chefia das Cinco Famílias de Nova Iorque).[5]

Em meados da década de 1980, a Máfia controlava quase todo o setor de construção de Nova Iorque e Gravano prosperava nessa área. Enquanto isso, o FBI aumentou sua pressão sobre a Família Gambino. Em agosto de 1983, três membros da gangue de John GottiAngelo Ruggiero, John Carneglia e Gene Gotti — foram indiciados por envolvimento com tráfico de heroína. Um furioso Paul Castellano, que desaprovava o tráfico de drogas por chamar atenção demais das autoridades, jurou matar os envolvidos. Gotti, que já não se dava tão bem com Castellano, começou, junto com Ruggiero, a planejar a morte de Castellano para proteger seus amigos e irmão. Gotti não tardou em pedir apoio a Gravano, que era um dos principais capitães de Castellano. Após hesitar um pouco, Gravano decidiu apoiar a ação de Gotti e os dois passaram a trabalhar juntos. Gravano ficou impressionado com a capacidade organizacional e inteligência de Gotti. Em 16 de dezembro de 1985, Paul Castellano e seu segurança Thomas Bilotti foram abordados e mortos por um grupo de homens armados com pistolas, perto de um restaurante em Midtown Manhattan. Gotti e Gravano estavam perto, num carro, supervisionando o atentado. Em 26 de janeiro de 1986, numa reunião com seus capitães, Gotti se nomeou o novo Chefe da Família Gambino. Frank DeCicco, que apoiara o assassinato de Castellano, foi apontado como Subchefe e Gravano foi elevado a patente de capo. Três meses depois, contudo, DeCicco acabou sendo morto num atentado a bomba, com os executores, Victor Amuso e Anthony Casso, agindo sob ordens de Vincent Gigante, chefe da Família Lucchese. A morte de DeCicco foi um ato de vingança pelo homicídio de Castellano. Gravano, junto com Angelo Ruggiero, foram promovidos ao posto de subchefes. Em junho de 1986, Gravano assumiu o controle da sede local do Teamsters, um dos maiores sindicatos da região e do país. Ele usou suas novas posições de poder para aumentar sua riqueza e logo se tornou um dos mafiosos mais ricos de Nova Iorque. Porém, esse sucesso significou mais atenção para ele por parte do FBI. Ao mesmo tempo, a lucrativa amizade com Gotti começou a se deteriorar, quando este começou a invejar o dinheiro que Gravano fazia. Mesmo assim, Gravano continuou buscando ainda mais poder e ordenou, com a aprovação de Gotti, os assassinatos de diversos mafiosos, incluindo alguns membros da sua mesma família criminosa, como o capo Tommy Spero. Gotti então nomeou Gravano como seu subchefe e segundo em comando.[6]

Ao final de 1990, o FBI apertou o cerco contra a Máfia. Vários chefões já haviam sido presos nos anos anteriores e parecia que apenas os Gambinos tinham saído ilesos das ações do governo federal, mas isso não durou muito. Em dezembro de 1990, o FBI prendeu Gravano, Gotti e Frank Locascio. Gravano foi indiciado em uma acusação leve de racketeering e se declarou culpado para cumprir uma pena menor. John Gotti, por outro lado, foi indiciado por cinco assassinatos, obstrução da justiça, racketeering, extorsão e evasão fiscal, enfrentando uma sentença bem maior. Para garantir sua condenação, as autoridades federais precisavam de mais provas. Eles então se aproximaram de Gravano e mostraram para ele fitas dos grampos de Gotti, mostrando o chefe falando sobre como ele achava que Gravano era ganancioso demais e planejava culpa-lo pelos assassinatos de DiBernardo, Milito e Dibono. Gravano ficou enfurecido e desiludido e decidiu cooperar com as autoridades, testemunhando e entregando provas contra seus chefes, particularmente John Gotti. Até aquele momento, Gravano se tornou um dos mafiosos de mais alta patente dentro das Cinco Famílias a quebrar o juramento de sangue e cooperar com o governo. Como resultado dos seus testemunhos, Gotti e Frank Locascio foram sentenciados a prisão perpétua sem chance de condicional, em junho de 1992. Em 26 de setembro de 1994, um juiz federal condenou Gravano a cinco anos de prisão, mas como ele já havia servido quase quatro anos, ele passou apenas o próximo ano na cadeia. Em 1995, Gravano foi solto e entrou para o Programa de Proteção a Testemunhas, se assentando no Arizona, mas largou o programa no mesmo ano.[7]

Em 1997, Gravano serviu como consultor para sua biografia, intitulada Underboss, escrita por Peter Maas.[8] Em fevereiro de 2000, Gravano e outras quarenta pessoas (incluindo membros de sua família) foram presas por crimes relacionados a tráfico de drogas.[5] Em 2002, ele foi condenado por uma corte em Nova Iorque a vinte anos de cadeia, recebendo uma outra sentença, de dezenove anos, no Arizona. Ele chegou a cumprir pena na prisão de segurança máxima de ADX Florence. Ele foi solto em setembro de 2017, aos 72 anos de idade. Antes e depois de sua soltura, se envolveu com consultoria para livros e deu diversas entrevistas sobre sua vida na Máfia.[9] Em 2020, Gravano abriu um canal no Youtube e começou um podcast onde falava sobre seu passado e curiosidades a respeito da Cosa Nostra.[10]

Referências

  1. «Underboss: Sammy The Bull Gravano's Story of Life in the Mafia». Organized-crime.de. Consultado em 1 de janeiro de 2021 
  2. Cassidy, John (13 de abril de 2018). «James Comey and Donald Trump Go to War». The New Yorker. New York City 
  3. Lubasch, Arnold H. (3 de março de 1992). «Gotti Confidant Tells Courtroom Of Mafia Family's Violent Reign». The New York Times. New York City. Consultado em 21 de maio de 2019 
  4. Robinson, Paul H.; Michael T. Cahill (2005). Law Without Justice: Why Criminal Law Doesn't Give People What They Deserve. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 74–80. ISBN 0-19-516015-0 
  5. a b May, Allan. «Living by the Rules». Sammy "The Bull" Gravano. Crime Library. Consultado em 9 de janeiro de 2012 
  6. May, Allan. «Sammy "The Bull" Gravano». TruTV.com. Consultado em 11 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 17 de dezembro de 2008 
  7. Raab, Selwyn (12 de novembro de 1991). «U.S. Says Top Gotti Aide Will Testify Against Boss». The New York Times. Consultado em 24 de abril de 2012 
  8. «Vida de mafioso causa polêmica nos EUA». Folha de São Paulo. Consultado em 1 de janeiro de 2020 
  9. «Ex-Mafia Hit Man 'Sammy the Bull' Gravano Released From Federal Prison». NBC News. Consultado em 1 de janeiro de 2021 
  10. «Hitman Sammy 'The Bull' Gravano is now a social media star promoting his own podcast and showing off his cosy new family life in Arizona - 35 years after turning on the Gambino family and John Gotti». DailyMail.co.uk. Consultado em 1 de janeiro de 2021 
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